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contra o vento









Troque o ritmo de vez em quando
Esqueça a rima, enfrente o óbvio
A estrada é longa e sinuosa
Deixe a bússola esqueça os mapas
(trastes inúteis nessas noites)
Siga setas imaginárias
Transpire mais que inspirar possa
Transforme uma estrela em pedra
Depois em rosa e despetale
Vá contra o vento em descompasso
Extremas jornadas se fazem
Em descobertas libertárias
Quando cansar, esqueça disso
Parar não lhe veste conquistas
Vãs vitórias são desperdícios
(é doce antes da amargura!)
Se a trama que te enreda o rumo
Te atira numa vida imunda...
Não há grito que te dê um basta
Ou faça do verso o olhar profundo

Silvio Vasconcelos em
Uni-verso -In-verso

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