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TRINDADES
Passou o dia sobre as cidades
Esquecido por esta estação
Uma flor deposita no vento uma semente
Este ribeiro leva consigo a ilusão
Secretamente a terra a recolhe
Guarda-a da voragem do vento
Espera que água a fecunde
Explode a vida a cada momento
Partilhei a serenidade da tarde
Com este majestoso céu azul
Uma gaivota encontrou o meu olhar
Fugida às tempestades do sul
As estrelas do mar, cavalgam as pedras
As palavras silenciosas moram no coração
O tempo é máscara cruel e trocista
É areia escorrendo na palma da mão
Arnês de fria cadeia
Correntes de desencanto
Vestido tecido no vento
Riso fugindo ao pranto
Esta terra alegra-se na tua passagem
Inunda-te de verde o olhar
Molda-te os sonhos felizes
Solta-os à beira do mar
Aquilo que existe em ti de infinito
Dorme tranquilamente sobre as estrelas
Mora em dolentes e doces emoções
Que o dia guarda e a noite deixa vê-las
Este fim do dia tem a delicadeza
Da luz clara e doce da ternura
As flores murmuram uma história secreta
Levada nas águas de ribeiro de água pura
O coração silencioso da terra
Proclama ao pensamento mil verdades
És o infinito da minha espera
O toque de sino anunciando as…trindades…
in O Profeta
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