Bactéria presente no solo pode melhorar a inteligência, dizem pesquisadoras/Foto:Scx
Da próxima vez que seu filho chegar em casa sujo de terra e lama, não se preocupe. Ele pode estar um pouco mais inteligente por conta disso. É isso que sugere uma pesquisa apresentada durante o 110° Encontro Geral da Sociedade Americana de Microbiologia, em San Diego, nos Estados Unidos, durante os dias 23 e 27 de maio.
O estudo foi desenvolvido pelas pesquisadoras Dorothy Matthews e Susan Jenks da Sage Colleges, e mostrou que a exposição de mamíferos a uma bactéria presente no solo pode estimular o crescimento de alguns neurônios e melhorar a capacidade de aprendizado.
“A Mycobacterium vaccae é uma bactéria presente naturalmente no solo e que as pessoas ingerem ou respiram quando passam algum tempo e contato com a natureza”, afirmou Dorothy.
Pesquisas anteriores mostraram que ratos que receberam os microorganismos mortos aumentaram seus níveis de serotonina e diminuiu a ansiedade. “Já que a serotonina desempenha um papel na aprendizagem, nos perguntávamos se a Mycobacterium vaccae viva poderia melhorar a inteligência dos animais”, contou Matthews.
Para chegar a essas conclusões, as pesquisadoras alimentaram alguns camundongos com as bactérias vivas e analisaram a capacidade deles em percorrer um labirinto em relação a um grupo controle de animais, que não recebeu a Mycobacterium vaccae. O resultado mostrou que o primeiro grupo se saiu melhor e concluiu o percurso duas vezes mais rápido e demonstrando menos sintomas de ansiedade.
Cientistas sugerem que crianças tenham mais contato com a natureza/Foto:Sxc
Em um segundo experimento, as pesquisadoras retiram a bactéria da dieta dos camundongos e os animais foram testados mais uma vez. Apesar de não terem sido tão rápidos como da primeira vez, os ratos que havia ingerido as bactérias ainda eram mais ágeis que os de controle.
Um terceiro teste foi realizado após três semanas e mostrou que os ratos que ingeriram as bactérias ainda eram mais velozes, mais não em níveis relevante – o que leva à conclusão de que os efeitos da exposição à Mycobacterium vaccae são temporários e precisam de constante reforço.
Cientistas recomendam maior exposição
A pesquisa concluiu que o contato com o microorganismo pode desempenhar um papel relevante na redução da ansiedade e melhoria da capacidade de aprendizagem dos mamíferos e sugerem maior exposição a ambientes naturais.
“É interessante explorar a criação de ambientes de aprendizagem nas escolas que incluam algum tempo em locais externos, onde a Mycobacterium vaccae está presente. Isso pode diminuir a ansiedade e melhorar a capacidade de aprender novas tarefas nas crianças”, conclui.
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