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Boicote Global a Beijing 2008 – uma alternativa pacífica em prol dos direitos humanos

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["Sem Olimpíadas para a China até que o Tibete seja livre" -
Um dos protestos ocorridos em Pequim em agosto]



Por Paulo Stekel


A questão é muito polêmica e tem gerado opiniões acirradas, a favor e contra a idéia de um boicote aos Jogos Olímpicos de Beijing 2008. Fora do Brasil, a idéia de um boicote está tomando forma, inclusive sendo apoiada por ONGs internacionais, como a Human Rights Watch, e consagrados artistas de Hollywood, como o cineasta Steven Spielberg. Aqui, contudo, ainda engatinhamos na mobilização. O objetivo deste artigo é mostrar um apanhado geral da situação, procurando apresentar as justificativas para um boicote e como ele será realizado dentro do período de menos de um ano que falta para o início das próximas Olimpíadas. Remeteremos o leitor a diversos links, alguns disponíveis apenas em inglês, caso este queira informar-se mais amiúde.

Situando os fatos

A questão da privação de direitos humanos na China passou a ter repercussão mundial quando, logo após a formação da RPC (República Popular da China, criada em 1949), governada por um sistema de partido único (o PCC – Partido Comunista da China), o exército de Mao Tsé Tung invadiu o Tibete (1950), que foi anexado como província, mesmo sendo um país completamente independente desde 1912. Para Mao, o Tibete era parte da China desde séculos, o que nunca foi provado por Pequim, uma vez que o Tibete era um país independente quando foi invadido. A oposição tibetana, contudo, foi derrotada numa revolta armada, em 1959. Como conseqüência, o 14° Dalai-Lama, Tenzin Gyatso, líder espiritual e político dos tibetanos, retirou-se para o norte da Índia, onde instalou o Governo Tibetano no Exílio.O país tornou-se região autônoma da China em setembro de 1965, contra a vontade popular. Entre 1987 e 1989, tropas comunistas reprimiram com violência qualquer manifestação contrária à sua presença. Há denúncias de violação dos direitos humanos pelos chineses, resultantes de uma política desumana que se constitui um verdadeiro genocídio cultural. Em agosto de 1993, iniciaram-se conversações entre representantes do Dalai Lama, prêmio Nobel da Paz em 1989, e os chineses, mas tais conversações têm se mostrado infrutíferas.Ugyen Tranley, o karmapa-lama, terceiro mais importante líder budista tibetano, que era reconhecido tanto pelo governo da China como pelos oposicionistas, seguidores do Dalai Lama, fugiu do país em dezembro de 199, pedindo asilo à Índia. A China tentou negociar seu retorno, mas Tranley, de 14 anos, criticou com veemência a ocupação chinesa no Tibete.A causa da independência do Tibete ganhou força perante a opinião pública ocidental após o massacre de manifestantes pelo Exército chinês na Praça da Paz Celestial e a concessão do Prêmio Nobel da Paz a Tenzin Gyatso, ambos em 1989. O Dalai Lama passou a ser recebido por chefes de Estado, o que provocou protestos do governo chinês. No início de 1999, o governo chinês lançou até mesmo uma campanha de difusão do ateísmo no Tibete, visando diminuir a força da crença religiosa na região. A fuga do karmapa-lama, bem-visto pelos ocupantes, causou grande embaraço à China.

O Massacre da Praça da Paz Celestial.

+++++cobertura completa no Blog da Revista Horizonte

2 comentários:

Angela Ursa disse...

Hanah, essa foi uma ótima forma de protesto contra a opressão sofrida pelo Tibete. Fiquei surpresa com a participação dos monges. Beijos da Ursa :))

greentea disse...

os Jogos nunca se deveriam realizar na >China, dentro do contexto actual!!!